quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Malhando cérebro e coração


Casamento? Sim, pode ser uma boa idéia! mas só quando se encontra a pessoa certa. Se tiver alguma dúvida sobre esse quesito, hesite. Ou melhor, corra!
Se não tiver dúvida, procure um médico oftalmologista. Você está cego de paixão e irá se atirar de cabeça num abismo sem saber se há rede de proteção lá embaixo.
Isto porque este conceito de pessoa certa nós é quem criamos para tentar ludibriar a nossa razão sobre todos os atos irracionais que cometemos no estado emocional alucinado no qual nos encontramos nesse período.
Por que não conseguimos raciocinar e amar ao mesmo tempo?
Isto reduziria, nas minhas estatísticas, 99% dos casos de divórcio e 50% dos de casamento. O que facilitaria em muito, a vida dos vigários, juízes de paz. É, mas pensando bem, estariam os advogados abrindo mão de uma boa clientela e uma gorda fatia de honorários; sem falar nos cartórios de registro, nos promotores de festas e eventos casamentícios,os donos de buffet e todos os que trabalham para garantir o brilho do ritual ou a ordem e a integridade física quando as luzes da ribalta se apagam (fim do enlace propriamente dito).
Seria possível exercitar esse hábito (raciocinar amando)? Malhar o cérebro para que não se acomode com o acelerar do coração apaixonado? Poderíamos criar um exercício? Ou, pensando melhor, uma série deles (geralmente funcionam em cadeia). Seria algo assim:
Agache-se e verifique sorrateiramente o terreno onde pisará - ou seja - os hábitos, as tradições familiares, as crenças, o peso disto tudo na vida do outro;
Levante o olhar para o seu horizonte e tente imaginá-lo ao lado do possível nubente. Será tão vibrante, tão claro e radiante quanto o de agora?
Enrijeça seus projetos de futuro e veja se o outro pode suportá-los;
Alongue as conversas sobre futilidades, sobre seus hobbies, seu esporte preferido, seu programa de TV, seu filme favorito, aquele estilo de música que até hoje você não conheceu ninguém que curta tanto quanto você e tente detectar a quantidade de vezes em que o consorte tentou mudar de assunto ou lhe induzir a tirar a roupa;
Pule as estratégias de conquista, deixe-as de lado e veja se consegue manter o relacionamento ainda envolto na bruma doce e suave do encanto, mesmo quando for pego ou encontrá-lo em situações incovenientes e grotescas (leia-se toalete, WC, banheiro, penico, vaso, urinol);
Contraia-se um pouco mais e tente não sorrir em demasia, não piscar a todo instante os olhinhos de felicidade, não mimá-lo(a) com carinhos infindáveis, apenas observe e observe-se: as palavras são mesmo tão lindas? Os olhares são mesmo tão sinceros? Nenhum gesto mais brusco que deixe antever um futuro menos cálido?
Solte-se: pare de falar baixinho, de murmurar. Grite suas asneiras mais comuns, cante o hino do seu time preferido, enquanto ele(a) estiver tentando concentrar-se em outra atividade da qual você não tem a mínima intenção de participar. Tenha rompantes de loucura em público, encoraje-se a dissertar frente aos amigos (as) dele (a) aquelas suas teses absurdas sobre a violência, a repressão, a economia e analise as rugas de expressão no seu (ua) amado (a); geralmente surgem umas horripilantes bem no meio da testa. Teste o seu nível de aceitação para elas;
Relaxe, se nossa tão eficiente e já aclamada pelo grande público série de exercícios para se chegar a uma mente sã com coração insano não surtirem efeitos, não mostrarem resultados, não se desespere! Estamos, na verdade, em fase de testes.
Conselho: siga em frente com seus dois principais órgãos vitais descoordenados.
Consolo: um dia eles voltarão a trabalhar como equipe e você terá a chance de escolher a quem irá obedecer.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Divagar e sempre



Divagar... Exercício para apagar temporariamente os nós da consciência. Para que recriminarmo-nos pelos erros cometidos? Se não os tivéssemos feito, recriminar-nos-íamos pela covardia em não os tê-lo praticado. Cada etapa de nossa vida deve ser cumprida como instrumento de aprender e deve-se respeitar o senhor de todas as modificações: o tempo, este senhor incansável, implacável, “que a tudo se atreve” (já nos ensinava à longa data o Padre Vieira). Só ele, o tempo, tem o comando, segura nas mãos frias o leme, guia em quaisquer águas nosso barco e nos mostra ao longo da viagem, que não nos adiantará correr para tentar alcançá-lo ou superá-lo, ele sempre estará adiante, melhor é rumar junto com ele.
Divaguemos, pois, e sempre, porque nos devaneios encontramo-nos sempre nos melhores momentos da nossa vida (até parece coletânea de flash-back); são aquelas peraltices de menino, toda a graça em fazer o simples proibido da mãe, podem ser as vibrantes descobertas dos anos que se sucedem (que só há pouco se convencionou chamar adolescência), o olhar insistente do sexo oposto – a antiga “paquera”, o toque das mãos, o roçar de lábios e o melhor de tudo: poder contar à melhor amiga ou amigo todo o acontecimento; mas também há fantasia nas lembranças recentes, no caminhar por entre as folhas de ontem à tarde, nos risos de constatação tão mais lógicos que podemos compartilhar com os amigos de hoje (cada um tem séries de motivações patéticas para rir de si e nenhum constrangimento em divulgá-las); cada uma dessas pitorescas passagens fazem-nos divagar e nos retiram a carga de vivenciar o presente de olhos abertos, em sua totalidade; dá-nos a chance de não enxergar simultaneamente o belo e o ridículo que podemos ser. E assim, devagar, divaguemos sempre.

INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA - I SEM - URCA


COMO PROMETIDO, AÍ ESTÁ A AULA DE ONTEM.


AULA 2 - TEORIAS DA SOCIOLOGIA

I - Funcionalismo – Durkheim
Comportamento humano governado por padrões estáveis de relações sociais ou estruturas sociais;
Análise de como as estruturas interagem e como contribuem para a estabilidade do todo. (solidariedade social contribui para a manutenção da ordem social, crescimento da indústria e das cidades, fez com a solidariedade social diminuísse – alta taxa de suicídios demonstraria isso;
Estruturas baseiam-se em valores compartilhados, solidariedade social é o cimento moral: valores e crenças compartilhados unem as pessoas;
Restabelecer o equilíbrio através da diminuição das expectativas das pessoas: conservadorismo.
Funcionalismo – Parsons e Merton (instituições têm funções manifestas e latentes)

II - Teoria do Conflito:
Estudo das grandes estruturas: relações de classe, padrões de dominação, luta entre indivíduos de posições sociais diversas;
Padrões de desigualdade produzem estabilidade e mudança social;
Grupos privilegiados tentam manter vantagem e subordinados lutam para aumentar as suas;
Solução está na eliminação de privilégios, diminui conflito, aumenta o bem-estar social;
Karl Marx: (1818-1883) uma geração após a de Durkheim. Observou o conflito entre as classes na resistência e superação. Consciência de classe: trabalhadores iriam desenvolver esse sentimento e organizariam-se em sindicatos e partidos, depois do que a história alcançaria a mudança social onde se extinguiriam as propriedades privadas e as riquezas: comunismo.
Max Weber: (1864 – 1920) acrescenta a idéia de que política e religião interferem também na mudança social advinda com o crescimento do capitalismo (A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo), para Weber, os religiosos que aderiram ao protestantismo economizaram e investiram mais, assim o capitalismo cresceu em proporção direta ao protestantismo. Em seus estudos desenvolveu o método clássico de análise dos significados e motivos subjetivos que levam os indivíduos a praticarem ações.
As teorias funcionalista e do conflito são deterministas, retiram a idéia de que as pessoas possam atuar na mudança social.
III – Interacionismo: Erving Gofmann (1922 – 1982)
Vida social depende do significado que as pessoas atribuem às coisas, isso determina os comportamentos sociais;
Pessoas criam as circunstâncias sociais (apresentação social – cenário, papéis);
Ex: suicídio ou acidente?
IV – Construtivismo social: variante do intervencionismo
Demonstram que por trás dos significados sociais existe uma criação elaborada através de processos sociais;
Ajuda-nos a enxergar além da imagem oficial.
V – Feminismo:
1. Entende o patriarcalismo como determinante nas oportunidades de vida;
2. Subordinação feminina e dominação masculina decorrem de convenção social;
3. Mudança nos padrões de desigualdade pode contribuir para o benefício da sociedade. (educação, divisão das responsabilidades domésticas, remuneração, política).

PROPOSTA DE ATIVIDADE:

Elaborar resumo sobre os pontos: A sociologia no Brasil, Aplicando as quatro perspectivas teóricas e Uma bússola sociológica.
Construir um diagrama de Palavras Cruzadas a partir do texto estudado para resolução em sala.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

O início



Sempre mantive em meu interior um desejo muito forte de conversar com as pessoas através do que posso escrever, desejo este que um profissional da psicologia diagnosticou como uma vocação latente para a atividade de escritora.


Confesso admirar muito, até mesmo invejar (no sentido de querer também, não no sentido de querer só para mim) as pessoas que escrevem e publicam seus devaneios literários, porém a vida nunca se me apresentou a oportunidade de fazê-lo. Vamos e venhamos, eu também nunca parei para executar essa idéia concretamente.


Primeiro, porque minhas atividades pessoais e profissionais me mantiveram bem ocupadas e segundo, porque sei que quando iniciar isso que me é tão natural, não saberei mais parar e há também um certo temor da exposição, do conhecimento público sobre os seus pensamentos. Ora, uma coisa é estar diante do seu interlocutor, observando as reações que lhe causam sua fala (dá até mesmo para mudar de assunto, não é?, quando a gente vê que não está agradando com a conversa, logo partimos em busca de outro tema); outra coisa é não ter a mínima idéia de quem estará escutando o que você diz (falo assim, porque para mim, escrever e falar são a mesma coisa), é, no mínimo, estranho não saber a reação do ouvinte.


Bem, uma vez iniciado o caminho, não tem jeito. Impossível pisar nas mesmas pegadas ao revés, tentando desfazer a trilha, você só irá afundá-las ainda mais e deixar seu rastro ainda mais visível.