Casamento? Sim, pode ser uma boa idéia! mas só quando se encontra a pessoa certa. Se tiver alguma dúvida sobre esse quesito, hesite. Ou melhor, corra!
Se não tiver dúvida, procure um médico oftalmologista. Você está cego de paixão e irá se atirar de cabeça num abismo sem saber se há rede de proteção lá embaixo.
Se não tiver dúvida, procure um médico oftalmologista. Você está cego de paixão e irá se atirar de cabeça num abismo sem saber se há rede de proteção lá embaixo.
Isto porque este conceito de pessoa certa nós é quem criamos para tentar ludibriar a nossa razão sobre todos os atos irracionais que cometemos no estado emocional alucinado no qual nos encontramos nesse período.
Por que não conseguimos raciocinar e amar ao mesmo tempo?
Isto reduziria, nas minhas estatísticas, 99% dos casos de divórcio e 50% dos de casamento. O que facilitaria em muito, a vida dos vigários, juízes de paz. É, mas pensando bem, estariam os advogados abrindo mão de uma boa clientela e uma gorda fatia de honorários; sem falar nos cartórios de registro, nos promotores de festas e eventos casamentícios,os donos de buffet e todos os que trabalham para garantir o brilho do ritual ou a ordem e a integridade física quando as luzes da ribalta se apagam (fim do enlace propriamente dito).
Seria possível exercitar esse hábito (raciocinar amando)? Malhar o cérebro para que não se acomode com o acelerar do coração apaixonado? Poderíamos criar um exercício? Ou, pensando melhor, uma série deles (geralmente funcionam em cadeia). Seria algo assim:
Agache-se e verifique sorrateiramente o terreno onde pisará - ou seja - os hábitos, as tradições familiares, as crenças, o peso disto tudo na vida do outro;
Levante o olhar para o seu horizonte e tente imaginá-lo ao lado do possível nubente. Será tão vibrante, tão claro e radiante quanto o de agora?
Enrijeça seus projetos de futuro e veja se o outro pode suportá-los;
Alongue as conversas sobre futilidades, sobre seus hobbies, seu esporte preferido, seu programa de TV, seu filme favorito, aquele estilo de música que até hoje você não conheceu ninguém que curta tanto quanto você e tente detectar a quantidade de vezes em que o consorte tentou mudar de assunto ou lhe induzir a tirar a roupa;
Pule as estratégias de conquista, deixe-as de lado e veja se consegue manter o relacionamento ainda envolto na bruma doce e suave do encanto, mesmo quando for pego ou encontrá-lo em situações incovenientes e grotescas (leia-se toalete, WC, banheiro, penico, vaso, urinol);
Contraia-se um pouco mais e tente não sorrir em demasia, não piscar a todo instante os olhinhos de felicidade, não mimá-lo(a) com carinhos infindáveis, apenas observe e observe-se: as palavras são mesmo tão lindas? Os olhares são mesmo tão sinceros? Nenhum gesto mais brusco que deixe antever um futuro menos cálido?
Solte-se: pare de falar baixinho, de murmurar. Grite suas asneiras mais comuns, cante o hino do seu time preferido, enquanto ele(a) estiver tentando concentrar-se em outra atividade da qual você não tem a mínima intenção de participar. Tenha rompantes de loucura em público, encoraje-se a dissertar frente aos amigos (as) dele (a) aquelas suas teses absurdas sobre a violência, a repressão, a economia e analise as rugas de expressão no seu (ua) amado (a); geralmente surgem umas horripilantes bem no meio da testa. Teste o seu nível de aceitação para elas;
Relaxe, se nossa tão eficiente e já aclamada pelo grande público série de exercícios para se chegar a uma mente sã com coração insano não surtirem efeitos, não mostrarem resultados, não se desespere! Estamos, na verdade, em fase de testes.
Conselho: siga em frente com seus dois principais órgãos vitais descoordenados.
Consolo: um dia eles voltarão a trabalhar como equipe e você terá a chance de escolher a quem irá obedecer.